40 dicas para se manter saudável
A estação das férias, do tempo bom e da sensualidade é também época de enchentes, de maior risco de câncer de pele e de desidratação. Além de passar protetor solar, beber mais água e se alimentar com comidas leves, outros cuidados menos básicos - como evitar os parques na hora do sol a pino, por conta da alta concentração de ozônio no ar e outras:
1 - Conjuntivite As conjuntivites aumentam no verão pelas típicas oscilação do tempo e pela maior proliferação de bactérias no ar. Há duas formas de conjuntivite: bacteriana e viral. Em todas, o sinal mais visível é o mesmo: olhos vermelhos. Mas os tratamentos são diferentes. Na viral, é indicado o uso de colírio antiinflamatório e compressas geladas durante uma semana. A bacteriana apresenta secreção amarelada e é tratada com colírio antibiótico. O uso prolongado de colírio antiinflamatório é perigoso porque geralmente contém corticóide que aumenta o risco de surgir catarata e glaucoma.
2 - Alergia ocular Além das conjuntivites, o contato dos olhos com excesso ou falta de cloro nas piscinas e com água contaminada do mar costuma causar esse tipo de alergia nas crianças. O contato de filtro solar com os olhos por meio da transpiração também pode acarretar uma alergia. O Estudo Multicêntrico Internacional de Asma e Alergias na Infância demonstra que 20% da população brasileira têm alergias e seis em cada dez alérgicos manifestam o problema nos olhos. Ocorre uma alteração da conjuntiva tarsal (membrana que reveste a pálpebra internamente, que fica em contato com o globo ocular) onde encontraremos papilas (saliências), sinais de reação alérgica. A alergia ocular é tratada com colírio anti-histamínico e, quando mal cuidadas, podem progredir para uma ceratite e até mesmo para um ceratocone (deformação da córnea que fica na forma de um cone com grande risco de cegueira e é a maior causa de transplante de córnea).
3 - Ceratite O uso de lentes de contato por muito tempo e a exposição excessiva ao ar-condicionado, que retira a umidade do ar, podem fazer com que a oxigenação da córnea seja insuficiente, causando uma inflamação. A recomendação médica é dar as pausas necessárias no uso das lentes de contato, evitar o abuso de ar-condicionado e proteger os olhos com lágrima artificial sem conservantes. Nas viagens aéreas por mais de três horas, as lentes de contato devem ser retiradas antes do embarque porque nos aviões o ar é mais rarefeito.
4 - Olho seco É a baixa qualidade ou quantidade de lágrima que tem a função de proteger os olhos (que obtêm o oxigênio da lágrima, não do ar como ocorre com a maioria dos órgãos). O olho seco pode ser causado no verão pelo uso abusivo do ar-condicionado, que diminui a quantidade de lágrima. Em estágio avançado, pode até causar úlcera na córnea. O olho seco também pode ser causado por mudanças metabólicas, como é o caso da redução da produção de lágrima em mulheres na pós-menopausa, ou em pessoas que usam medicamentos para hipertensão, por exemplo. Para garantir a produção de lágrima, o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, do Instituto Penido Burnier e diretor médico do Banco de Olhos de Campinas, aconselha uma dieta rica em vitaminas A e E e ômega 3, presente nas sementes de linhaça, nozes e algumas verduras. Carboidratos, gorduras e carne bovina devem ser evitados.
5 - Queimaduras solares Além de arder, atrapalhar o sono e prejudicar o visual, as queimaduras podem evoluir para um câncer de pele. Os protetores solares devem ser passados de 20 a 30 minutos antes da exposição ao sol e reaplicados a cada duas horas --chapéus e sombra também são bem-vindos. Existe ainda o fator "eu sei o que vocês fizeram no verão passado": o efeito do raio ultravioleta é cumulativo. Eles penetram no núcleo da célula e causam uma mutação que fica registrada no DNA. No futuro, o acúmulo de mutações pode gerar uma célula cancerígena. Ou seja: ter uma queimadura forte, com bolha ou vermelhidão, durante a infância ou até os 20 anos é o suficiente para entrar no grupo de risco.
6 - Câncer de pele É o câncer mais freqüente na população e, felizmente, o mais fácil de tratar, principalmente se há diagnóstico precoce. No verão, aumenta a incidência dos raios ultravioleta A e B. O raio ultravioleta A (mais responsável pelo envelhecimento da pele) fica na mesma concentração durante todo o dia, o raio ultravioleta B aumenta no período das 10h até as 15h --o pico é às 12h. São esses os maiores responsáveis pelas queimaduras solares e, por conseqüência, pelo câncer de pele. Pessoas com pele, olhos e cabelos claros, com muitas pintas ou com antecedentes na família têm mais chances de desenvolver esse câncer. Os cânceres mais comuns são o carcinoma basocelular (CBC) --é o "mais bonzinho"-- e o carcinoma espinocelular (CEC), que têm índice de cura maior e dificilmente enviam metástase. O melanoma cutâneo é o mais raro e grave, pois tem chance de metástase maior. É preciso estar atento a feridas que não cicatrizam, lesões com aumento rápido e pintas que mudam de cor ou que passam a ter bordas irregulares.
7 - Cabelo oleoso O calor excita a secreção de glândulas sudoríparas e sebáceas. Por conseqüência, o cabelo geralmente fica mais oleoso e úmido, tornando-se um local ideal para a proliferação de fungos e, principalmente, de bactérias --ambos se alimentam dessas secreções. Para prevenir infecções, são recomendados xampus à base de cetoconazol, que são anti-sépticos, antiseborreicos e antifúngicos. Esses produtos, no entanto, só devem ser usados sob receita médica.
8 - Cabelo ressecado Por outro lado, a exposição ao sol, ao sal do mar e ao cloro da piscina também pode levar a uma desidratação do cabelo. Quem tem o cabelo seco sofre mais ainda. Máscaras capilares reidratantes podem ser eficientes. A dica é lavar o cabelo com menos quantidade de xampú, assim como deixá-lo menos tempo na cabeça.
9 - Crescimento do cabelo Como o metabolismo é mais acelerado no calor, o cabelo cresce um pouco mais rápido nesta época do ano, deixando as pontas indesejáveis. Mas a idéia de que cortar a ponta dos cabelos favorece o crescimento é mito.
10 - Impinge Crianças têm maior suscetibilidade às infecções fúngicas. A mais comum é a chamada popularmente de impinge ou "tinha do couro cabeludo". Causada pelo fungo Tinea capitis, é bastante contagiosa. A infestação pode causar pequenas falhas e produzir coceira intensa. Deve-se evitar o contato do paciente com outras crianças, pois a impinge é extremamente contagiosa. O tratamento é feito com antifúngico tópico e sistêmico com receita médica.
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